30/01/2009

Definir/Classificar




Definir/Classificar.
"Contra-senso", seria a palavra
mas como Exprimir/Clarificar?

Dogma!

Conjugar ou Adjectivar?
Será que sabes qual é a diferença?
Não, não é uma subtracção!
mas neste caso,
o quociente é igual ao Resto...
(quase nada)



Mir

27/01/2009

Para que serve a poesia


No Grande Circo Zanzi
as palavras equilibram-se numa letra só,
fazem-te rir
e, deslumbradas, voam para ti.


Não são palavras comprometidas
que têm as suas vidas
e as suas ocupações.
São palavras jovens,
desconhecidas,
que vieram do nada
e nada têm que fazer.
Umas curtas, outras compridas,
todas leves, voadoras, luminosas.
São palavras distraídas,
preguiçosas,
que não querem aprender
o que elas querem dizer.


Vão por aí a voar,
sem ter rumo nem sentido,
criando o seu próprio som.
Ouves? É só um rumor.
Parece um zumbido.


Por isso não as digas, não.
Elas só falam o que não disseres.
Passam o dia à escuta
do silêncio que fizeres.


Aliás, não são palavras
mas bolhas, grãos de ar,
tão leves como bolas de sabão.
De repente rebentam
e já não são.


E para que servem palavras
que não servem para falar?
Servem para calar.
E servem para dançar,
quando a música é boa
e as levanta no ar.


Com estas palavras
podes fazer magia
um encantamento,
uma oração.
Percebeste?
Com elas podes fazer chover,
amansar o vento.
Ou não.


Se quiseres, e se for esse o dia,
também podes escolher
as mais simples e as mais humildes
para fazer uma poesia.
E isso sim, elas gostam de fazer.


Para que serve a poesia?
Serve para haver poesia.
Para o homem ser um homem.
Para o gato ser um gato.
Para a flor ser uma flor.


Não fosse ela, a poesia,
e não nascia o Sol.
Tudo o que havia
era uma noite eterna,
escura e fria.
É por haver poesia
que os dias são dias.
Isso eu sei.
E tu, sabias?



In:"O Brincador" de Álvaro Magalhães

09/01/2009

P'ra ouvir de olhos fechados...



Entre muitos outros autores, José Régio, tem no meu Universo um lugar de destaque...

E porque a poesia também pode ser ouvida, e não apenas lida, no entanto, é sentida da mesma forma, aqui ficam dois poemas : "Cântico Negro" e "Jogo de Espelhos", que foram um marco na minha adolescência.


Os Poemas são declamados pelo próprio José Régio, no seu sotaque vilacondense, que me é tão familiar...