05/12/2011

Leiria -Porto

Este é o resultado de quando se viaja de autocarro, e já se dormiu tudo, tá demasiado escuro para ler,  e  estás profundamente irritada com o " desconhecido vizinho do lado", porque este encontra-se com um ar de enorme satisfação pois, ainda não parou de brincar com o seu iPad  - Pai Natal aproveito para te relembrar que me portei exemplarmente este ano...!!!


foto by mir

Isto é um  camião, daqueles mesmo, mas mesmo, mesmo muito  GRANDES, só ficou o rasto de luz!!!

foto by mir

Esta é a ponte D. Luis !!!!







The Doors - Roadhouse Blues


22/11/2011

Alone



From childhood's hour I have not been
As others were -- I have not seen
As others saw -- I could not bring
My passions from a common spring --
From the same source I have not taken
My sorrow -- I could not awaken
My heart to joy at the same tone --
And all I lov'd -- I lov'd alone --
Then -- in my childhood -- in the dawn
Of a most stormy life -- was drawn
From ev'ry depth of good and ill
The mystery which binds me still --
From the torrent, or the fountain --
From the red cliff of the mountain --
From the sun that 'round me roll'd
In its autumn tint of gold --
From the lightning in the sky
As it pass'd me flying by --
From the thunder, and the storm --
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view --


by Edgar Allan Poe


Sara Tavares - Eu Sei

11/11/2011

Diálogo Absurdo (1)



Avaliando a situação pelo lado positivo da coisa...


...Fico contente, pelo teu departamento ainda não ter sido afectado pela Crise, a avaliar pela quantidade de chuvinha fresquinha, que cai tão graciosamente... a uma sexta-feira, e ao que parece, e depois de uma avaliação criteriosa da conjuntura, resolveste fazer horas extraordinárias e vais ficar a trabalhar durante o fim de semana...

...

Tens razão S. Pedro, afinal o exemplo tem de vir sempre de cima!!!!


In: Os meus Diálogos Absurdos By Mir







p.s : Ainda não sei escrever segundo o novo acordo ortográfico!!!



Guns N' Roses - November Rain
'Chuva de Novembro'





"Em Novembro Chove" :+)!!!

10/11/2011

Segredo




segreda-me a canção dos dias
sem que nos ouça a noite terrível
e deixa que dance em mim a voz,
a voz azul que é o lugar onde
o mundo não pára de nascer.

segreda-me o teu nome, agora,
e farei de nós o amor, a constelação,
o sonho de uma estação sem morte.



in: "Um Mover de Mão"  by Vasco Gato  






Blue - Cat Power

05/11/2011

Um Gato com Asas



Um gato com asas
muito parecido ao Silêncio
entra à tardinha, pergunta:
posso ficar um pouco por aqui
haverá um peixe
ou alguma alma que se coma
posso trazer a minha noite
comigo?
Em troca poderão escutar
como ronrono
como enrrolo as garras no sono
e as minhas asas se retraem
sob a pele.


by LENNART SJÖGREN




02/11/2011

Coração a Coração



Enfim aqui estou de pé
Passei por ali
Alguém passa por lá agora
Como eu
Sem saber onde vai


Eu tremia
Ao fundo do quarto a parede era negra
Ele tremia também
Como pude eu transpor o limiar dessa porta


Poder-se-ia gritar
Ninguém ouve
Poder-se-ia chorar
Ninguém entende


Encontrei a tua sombra na obscuridade
Era mais doce do que tu


Antigamente
Estava triste a um canto
A morte trouxe-te essa tranquilidade
Mas tu falas ainda
Queria abandonar-te


Se entrasse ao menos um pouco de ar
Se o exterior nos deixasse ainda ver claro
Sufoca-se
O tecto pesa-me na cabeça e empurra-me
Onde vou eu meter-me para onde partir
Não tenho espaço que chegue para morrer
Onde vão os passo que se afastam e que escuto
Longe muito longe
Estamos sós a minha sombra e eu
A noite cai



by Pierre Reverdy, tradução de Eugénio de Andrade



02/09/2011

Vida, Ilusão, Beleza

Porque hoje acordei com este poeta na cabeça...
... enfim GOSTO! :+)
 ***
A beleza – 

Sempre foi
Um motivo secundário
No corpo que nós amamos; 

A beleza não existe 
E quando existe não dura. 

A beleza – 

Não é mais do que o desejo
Fremente que nos sacode... 

- O resto, é literatura.


********


O mais importante na vida
É ser-se criador – criar beleza.

Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.

Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir a voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.

Sim, o mais importante na vida
É ser-se criador
.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.


 *********

Afirmam que a vida é breve,
Engano, - a vida é comprida:
Cabe nela amor eterno
E ainda sobeja vida.

 ********

Para onde marcha o mundo? O que vai ser
Do pobre que nasceu para servir? 

- Trocaram o sorriso pela espada
E é latente a volúpia de agredir! 

O que é que os homens querem mais ainda
Além da sua vil mediocridade? 

Incêndios, sangue, - ó cegos visionários
Sem alma e sem noção da realidade!
Tambores e metralhas e clarins
Num cântico sinistro, sem beleza,
- Embora a vida seja o hálito da morte,
Uma ilusão de límpida saudade, - 

Deixai supor, deixai-vos iludir
De que para viver
Não é preciso matar
Nem é preciso mentir!

By António Botto

14/08/2011

Lição de voo




Para quem não sabe Voar!

ou para quem se esqueceu de como se Voa...


Lição de voo:


Voa, sussurrou uma voz na escuridão...

Mesmo nos sonhos, não é possível cair para sempre. Sabia que iria acordar um instante antes de atingir o solo. Acordava sempre um instante antes de atingir o chão.

E se não acordares? Perguntou a voz.

O chão estava cada vez mais perto, ainda distante a um milhar de milhas de distância, mas mais perto do que estivera. Ali, na escuridão, fazia frio. Não havia Sol, nem estrelas, apenas o solo, lá em baixo, que subia para o esmagar, e as névoas cinzentas, e a voz sussurrada. Desejou chorar.

Não chores. Voa!

- Não posso voar - disse Bran - Não posso, não posso...

Como sabes? Alguma vez tentaste?

- Ajuda-me - disse

Estou a tentar, respondeu o Corvo

- És mesmo um corvo? - Perguntou Bran

Estás mesmo a cair? retorquiu o Corvo
É só um sonho - disse ele

Será? Perguntou o Corvo

Eu acordo quando atingir o chão - disse Bran à ave. 

Tu morres quando atingires o chão, disse o Corvo

Bran fechou os olhos e começou a chorar.

Isso não serve para nada, disse o Corvo. Já te disse, a resposta é voar, não chorar. Quão difícil pode ser? Eu estou a fazê-lo. O Corvo entregou-se ao ar e esvoaçou em torno da mão de Bran. 

Tu tens asas - fez notar Bran.

Há diferentes tipos de asas, disse o Corvo.

Bran estava a cair mais depressa do que nunca. As névoas cinzentas uivavam em seu redor enquanto mergulhava para a terra, em baixo.

 - Que estás tu a fazer-me? - perguntou ao Corvo, choroso.

Estou a ensinar-te a voar.

- Não posso voar!

Estás a voar agora mesmo.

- Estou a cair!

Todos os voos começam com uma queda
, disse o Corvo. Olha para Baixo.

- Tenho medo...

OLHA PARA BAIXO!


Bran olhou para baixo e sentiu as entranhas transformarem-se em água. O chão corria na sua direcção. O mundo inteiro espalhava-se por baixo dele... Via tudo com tanta clareza que por um momento, se esqueceu de ter medo...

- Pode um homem continuar a ser valente se tiver medo? - ouviu a sua voz dizer, uma voz pequena e distante.

E a voz de seu pai respondeu-lhe.

- Essa é a única maneira de um homem ser Valente.

E agora Bran, insistiu o Corvo. Escolhe. Voa ou Morre.

A morte estendeu-lhe as mãos para ele gritando.

Bran abriu os braços e voou.

Asas invisíveis beberem o vento e encheram-se, e empurraram-no para cima. O Céu abriu-se, lá em cima. Bran pairou. Era melhor que qualquer outra coisa. O mundo encolheu-se por baixo dele.

- Estou a voar! - gritou, deliciado

Dei por isso, disse o Corvo




In: " A Guerra dos Tronos - As Crónicas de Gelo e Fogo -  Vol. 1" by George R. R. Martin


Este é um excerto de um capítulo dedicado a Bran. Não corresponde exactamente ao texto original, uma vez que abreviei aqui o capitulo  :+)!!



e para relembrar Voa! by Mir aqui

30/07/2011

Livro dos nós


No livro dos nós, leio sobre aquele
que se forma quando duas ou três caudas de ratos (ninguém sabe quando, como ou porquê) crescem juntas. As palavras e as imagens que as acompanham,
de imediato se transformam em sonho,
e de sonho em dias, são tudo o que eu alguma vez vi,
ouvi ou toquei, é como se nada antes tivesses existido.

Cauda, cauda, rabo, rabos. Oh  a grande unidade
do mundo – casas, ninhos, palavras que estou prestes
a pronunciar, operações algébricas simples,
riquezas naturais. Eu olho uma vez mais
a imagem  e não consigo descobrir que rabo –
antes de se ter tornado num  único rabo gigante – é o meu,  
qual a ponta que me pertence. Eu abano a terceira
ponta, o terceiro rabo, mexo a quinta ponta, o quinto rabo
eu movo todas as pontas e todos os rabos
agarro-me a qualquer coisa, e parto em  qualquer direcção.
Sou esperto, sábio – eu já li muitos
livros, eu sei sobre a melhor das ideias e da esfera,
Eu sei contar, contar e contar, eu consigo enganar os anjos
e voar em redor da catedral.

Mas agora eu quero sair do livro
(estou prestes a fecha-lo), quero voltar como
uma sentença cientifica, uma página em branco,
uma explosão, caos. Eu iria adormecer, morrer,
acordar, adormecer, pôr-me de pé. Acaba aqui.


Esta é a minha modesta(muito modesta mesmo) tradução deste poema que eu considero fantástico!
Podem sempre ler o original, pois a tradução é assumidamente foleira!!!! :+P


In the book of knots I’m reading about a knot which
is made when two or three tails of rats (no one knows when,
how or why) grow together. The words, and the pictures
along with them, immediately turn into a dream, from
a dream into days, becoming everything I’ve ever seen,
heard or touched, as if nothing else ever existed.
Tail, tail, tail, tails. O, the great oneness
of the world – houses, nests, words I’m about
to say, basic algebraic operations,
natural riches. I look once more
at the picture and can’t guess which tail –
before it became one big tail – belongs to me,
which head is mine. I move the third
head, third tail, I move the fifth head, fifth tail,
I move all the heads and tails,
I pull on anything, set off in any direction.
I’m smart, wise – I’ve read many
books, I know about the top idea and the sphere,
I can count, count, count, I can fool angels
and wind around a cathedral.
But now I want out of the book
(am closing it), I want back into
a scientific sentence, an empty page,
into a ton of coal, chaos. I’d fall asleep, die, wake
up, fall asleep, make myself up. It ends here.



by Danijel Dragojevic

P.S: São bem vindas traduções melhores que esta ;)))!!!

05/07/2011

ESTÁS PRONTA PARA SER UMA RAMEIRA DE VERDADE?



Quem ama é uma rameira de alma. Uma prostituta da pior espécie. Uma vadia que só quer amar. Quem ama tem de ser fácil para quem ama. Verdadeiramente fácil. Absolutamente fácil. Uma meretriz que nem sequer cobra para ser meretriz. E tu: quanto cobras para amares quem amas?

Manda um mosquete valente no orgulho. Manda um breque bem forte nas conversas de chacha que te dizem que deves ser difícil, que deves jogar o jogo do avança e recua com quem amas. Manda uma cabeçada à Mike Tyson nas lérias que te ensinam a não seres fácil perante quem amas. Se amas: sê fácil. Abre os braços, abre as pernas, abre a boca: abre-te para quem amas. Se amas: não compliques. Se queres um beijo, beija; se queres um abraço, abraça; se queres um orgasmo, despe e salta e dança e sua e geme. Se queres amar: ama. Não olhes a convenções. Prefere as pulsões. Prefere os corações, as animações – até mesmo os neutrões. Liga-te à electricidade, liga-te à corrente: sê a tua corrente. Esquece as correntes de pensamento que te fecham as portas, esquece as correntes de preconceitos que te ofuscam o desejo, esquece as correntes de medos que te castram o sentir. Se amas: sê fácil. E ser fácil é bem fácil: se queres dizer “não” dizes “não”; se queres dizer “sim” dizes “sim”. Simplifica: não obrigues quem amas a perceber o que está por detrás do que dizes, não obrigues quem amas a adivinhar que queres dizer exactamente o contrário do que acabaste de dizer. Diz o que pensas exactamente assim: como o pensas. Não te faças de difícil: fazer de conta vai, por vezes, além da conta. E depois podes até acabar tu por não entrar nas contas. Ainda não te contei? Conto-te agora então. Lê com atenção.

Jogar com quem amas só é interessante sobre os lençóis e entre as quatro paredes de um quarto. Jogar com quem amas só é interessante quando se trocam fluidos e lambidelas mais ou menos demoradas. Jogar com quem amas só para fazer de conta que és muito forte e que é quem amas que tem de te perseguir e seduzir e essas balelas todas não tem interesse nenhum. E torna-te, se insistires nessa alarvidade intelectual e emocional, em desinteressante. Em entediante. Numa valente pessegada de seca. Porque nada é mais secante do que quem sabe o que quer e aparenta – por uma questão de orgulho ou de racionalização doentia – não querer exactamente aquilo que quer. Mais uma vez: simplifica. Mais uma vez: descomplica. Sê e diz e faz o que queres ser e dizer e fazer. Se te apetece abrir os braços a quem te magoou: abre; se te apetece abrir as pernas a quem te fez sofrer: abre; se te apetece enfiar a língua na boca de quem devias odiar: enfia. Despreza as desprezíveis leis do amor-próprio. O amor-próprio é uma treta. Só te amas se te sentires bem contigo. E só te sentes bem contigo se estiveres bem com tudo aquilo que és. E se amas quem amas só te sentes bem com tudo aquilo que és se te sentires bem com aquilo que amas. E quando se ama quase tudo (ou tudo) aquilo que és é aquilo que amas. Por isso: ama-te amando (ou deixando-te amar por) quem amas. Por isso: não tenhas receio de fazer de Deus. Por isso: não tenhas receio de perdoar. Plenamente perdoar: sem saber porquê, sem entender de onde vem perdoar vem. Perdoar. Abrir. Não tenhas receio de esquecer o que tem de ser esquecido, de sepultar o que já foi. Enterra o passado. Sim: enterra o passado. Antes de que te enterres, definitivamente, a ti. Antes de que te enterres, definitivamente, em ti.

Sê uma rameira, uma prostituta, uma vadia, uma meretriz. Sê fácil para quem amas. Perdoa quem amas. Dá uma trancada no orgulho e dá uma trancada – ou várias – em quem amas. Não evites viver. Não evites, também, sofrer e fazer sofrer de novo, magoar e ser magoada de novo, chorar e ser chorada de novo. Não evites arriscar, não evites temer estar a ir longe demais. Não evites: não te evites. Porque é viver, e mais nada, que é inevitável.



in jornal "Notícias de Guimarães" de 01 de Julho de 2011

by Pedro Chagas Freitas 

02/04/2011

31/03/2011

Pequeno Polegar!!!


"Chamo-me Pequeno Polegar. Gosto de escrever e desenhar sobre as coisas que me acontecem. Esta é a minha história. Nunca a esquecerão"


!!! Lindo!!! Mesmo lindo...
Eu adoro livros para os pequeninos... não sei, mas gosto mesmo... adoro as texturas e principalmente as ilustrações...





Ontem li este livro, encontrei-o na fnac, e foi amor à primeira vista..., eu sou fã da ilustradora, Rébecca Dautremer (Click)...





09/02/2011

Serão as estrelas pequeninas, afinal?




A genialidade de Leonard Cohen…


Belos Vencidos, um livro que eu adoro… nu, cru, espiritual, erótico e completamente alucinante… escuro, sombrio, triste, mas sempre camuflado, pela ironia e …humor!

 Para mim deveria ser de leitura obrigatória  

 :+)!!!!


De génio, a epígrafe:
SOMEBODY SAID LIFT THAT BALE
By Ray Charles in “Ol’ Man River”
[Ray um dos meus ídolos]


“Catherine Tekakwitha, vim para te salvar dos jesuítas. É verdade, um velho erudito ousa pensar em grande (…) que de ti façam moldes de gesso? Estou actualmente a estudar o projecto de uma canoa em madeira de vidoeiro. Os teus irmãos esqueceram-se de como se constroem. E que mal tem haver um reprodução em plástico do teu corpinho no tablier de todos os taxistas de Montreal? Não velo nenhum problema. Não faz sentido esconder o amor. Será que existe uma parte de Jesus em todos os crucifixos feitos em série? Acredito que sim!  O desejo muda o Mundo! O que faz enrubescer o flanco de uma montanha coberta de bordos? Tréguas, oh fabricantes de amuletos santos! Têm nas mãos material sagrado! Tas a ver Catherine tekakwitha. O quanto eu me elevo? O quanto desejo que o mundo seja místico e bom? Serão as estrelas pequeninas, afinal? Quem nos há-de embalar? Devo conservar as minhas unhas? A matéria é sagrada? Quero que o barbeiro enterre o meu cabelo. Catherine tekakwitha, já estás a tratar de mim?”

 ...

O que ele (F.) sabia da Grécia antiga baseava-se inteiramente num poema de Edgar Allan Poe, em alguns casos homossexuais com empregados de mesa, (comia de borla em todos os cafés da cidade) e numa reprodução em gesso da Acrópole que, por alguma razão obscura, envernizara com verniz vermelho para as unhas. Era sua intenção usar verniz incolor apenas para proteger, mas, no balcão da drogaria, quando confrontado com toda uma fortaleza de amostras berrantes alinhadas nos mostruário de cartão como a policia Montada do Canadá, sucumbiu naturalmente ao seu gosto espalhafatoso. Escolheu a cor chamada Desejo Tibetano, que muito o divertia visto constituir, afirmava ele, uma contradição de termos.
Consagrou a noite inteira  a tingir o modelo de gesso. Eu sentei-me ao lado assistindo o seu trabalho. Ele cantarolava trechos do “The Great Pretender”, uma canção que haveria de mudar a musica popular  do nosso tempo. Eu não era capaz de tirar os olhos do pincelinho que ele empunhava tão graciosamente. De branco a vermelho viscoso, uma coluna atrás da outra, uma transfusão de sangue nos dedos quebradiços do pequeno monumento. F. a dizer “I waering my heart like a crown”. E assim desapareceram métopas leprosas e tríglifos e outros nomes pomposos significando pureza, templo pálido e altar destruído, desapareceram sob o lustroso escarlate. (…)




Bem,  este é o exemplo de uma passagem que não deve ser lida no metro, senão correm o risco de fazerem a mesma figurinha que eu, porque simplesmente não conseguia parar de rir, confesso que chorei de tanto rir!!!  Todos os que viajavam comigo devem ter pensado – esta gaja é tolinha !!! só pode… é que esta passagem termina em beleza, aliás eu adorei o F.  ---- Mad, mad, mad... mas para saberem tanto como eu toca a ler o livro...

23/01/2011

31!!!

[sou eu!!]


“We are all Mad here”



Obrigada a todos mesmo mesmo, mesmo...


e porque estamos em mode "Rock on" e porque somos Beautiful [Mad] People llollollol cá fica:


 
Violent Femmes - Add it Up


THE SADDEST THING TO SAY- LEGENDARY TIGERMAN FEAT. LISA KEKAULA




Beijo Gordo

21/01/2011

Mesa dos sonhos



Ao lado do homem vou crescendo

Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente

Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas

Ao lado do homem vou crescendo

E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.




by Ary dos Santos

19/01/2011

Confissão




Da Luz e da Sombra  
levo comigo tudo o que recuso

De um e outro lado do que sou,
da luz e da obscuridade,
do ouro e do pó,
ouço pedirem-me que escolha;
e deixe para trás a inquietação,
a dor,
um peso de não sei que ansiedade.


Mas levo comigo tudo
o que recuso. Sinto
colar-se-me às costas
um resto de noite;
e não sei voltar-me
para a frente, onde
amanhece.

by Nuno Júdice

in: "Meditação sobre ruínas", Quetzal, 1999