20/02/2012

HUGO


Once upon a time, I met a boy named Hugo Cabret. He lived in a train station. 
Why did he live in a train station? You might well ask. 
That's really what this book is going to be about. And about how this singular young man searched so hard to find his secret message from his father and how that message led his way, all the way home.




Right after my father died, I would come up here a lot.

I'd imagine the whole world was one big machine.
Machines never come with any extra parts, you know. 
They always come with the exact amount they need. 

So I figured, if the entire world was one big machine, I couldn't be an extra part.
I had to be here for some reason. And that means you have to be here for some reason too.


 
Films have the power to capture dreams.


Absolutamente mágico!!!  Têm mesmo de ver este filme... Eu adorei!!!

02/02/2012

Traço comum


descalço-me de sombras para chegar a ti
as linhas do meu rosto são claríssimas
nelas não vês o velho, a criança, o adulto
vês apenas o traço comum
que é onde eu procuro a tua mão
na transparência da minha palavra inteira



By Vasco Gato
in Um Mover de Mão, Assírio e Alvim, 2000.

01/02/2012

Hoje...Camões...


Qual terá culpa de nós
neste mal, que todo é meu?
Quando vindes, não vou eu;
quando vou, não vindes vós.


Um mover de olhos, brando e piadoso,

Um mover de olhos, brando e piadoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Üa pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um escolhido ousar; úa brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste fermosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.


Pois meus olhos não cansam de chorar

Pois meus olhos não cansam de chorar
tristezas, que não cansam de cansar-me;
pois não abranda o fogo, em que abrasar-me
pôde quem eu jamais pude abrandar;

não canse o cego Amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar-me;
nem deixe o mundo todo de escutar-me,
enquanto me a voz fraca não deixar.

E se em montes, rios, ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora Amor
em feras, aves, prantas, pedras, águas,

ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas.


Pensamentos, que agora novamente

Pensamentos, que agora novamente
cuidados vãos em mim ressuscitais,
dizei-me: ainda não vos contentais
de terdes quem vos tem tão descontente?

Que fantasia é esta, que presente
cada hora ante meus olhos me mostrais?
Com sonhos e com sombras atentais
quem nem por sonhos pode ser contente?

Vejo-vos, pensamentos, alterados;
e não quereis, de esquivos, declarar-me
que é isto que vos traz tão enleados?

Não me negueis, se andais para negar-me;
que, se contra mim estais alevantados,
eu vos ajudarei mesmo a matar-me.


by Camões