O Vampiro

Tu que, como uma punhalada,
Em meu coração penetraste,
Tu que, qual furiosa manada
De demónios, ardente, ousaste,

De meu espírito humilhado,
Fazer teu leito e possessão
- Infame à qual estou atado

Como o galé ao seu grilhão,

Como ao baralho o jogador,
Como à carniça o parasita,
Como à garrafa o bebedor
- Maldita sejas tu, maldita!

Supliquei ao gládio veloz
Que a liberdade me alcançasse,
E ao veneno, pérfido algoz,
Que a covardia me amparasse.

Ai de mim! Com mofa e desdém,
Ambos disseram-me então:
"Digno não és de que ninguém
Jamais te arranque a escravidão,

Imbecil! - se de teu retiro
Te libertássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu Vampiro!




in: "As Flores do Mal" de Charles Baudelaire

:+))!!

Este é o resultado da minha leitura ultimamente… muito “Vampiresca”

Sim, “devorei” a saga Twiglith, de Stephenie Meyer.

É o que eu defino de literatura levezinha… ideal para dias em que pura e simplesmente não queremos pensar, e que, ao mesmo tempo, também não nos queremos sentir inteiramente vazios, pelo menos é este o meu estado de espírito actual…

Por isso, aqui fica este poema de Baudelaire, que fez parte da minha leitura de Verão do ano passado! Só mesmo uma louca como eu, para ler as Flores do Mal, em pleno Óscar, à luz do dia e a beber coca-cola!! Xiiiiiiii!!! Sem comentários! :P

Mas, depois de ler a saga, algo mudou em mim. Antes, acreditava que um homem, assim verdadeiramente Homem, no verdadeiro sentido e sentimento da palavra, deveria ser: Feio , Porco, e Mal Cheiroso! lollollol (Homens, bonitos, dão muito trabalho, para não falar das dores de cabeça...)

Hoje porém, penso que preferiria um Vampiro, afinal:

Só um vampiro para nos amar uma eternidade!

sim, existe uma veia romântica em mim!

A saga: