Tarô

Tarô, um dos meus segredos…um baralho de tarô. Na verdade são vários, tenho uma pequena colecção: o mais velhinho de gatos (só podia ser) – The Halloween Tarot; dois de Fadas – The Fairy and Mystic Faerie Tarot (adoro fadas); dois mais tradicionais – O Cósmico e o de Marsseille; o esquisito – The Karma Tarot, (ainda não nos entendemos muito bem) e o complexo Da Vinci Tarot (singular, mágico).

Não me lembro quando começou esta minha paixão… mas foi algo que foi crescendo comigo. Comecei por brincar com umas cartas, que saíram numa revista, sei lá “praí” a Bravo ou a Ragazza (sim, já fui pequenina, e não leio só coisas sérias!) Pois… explicando (para quem não percebe nada do assunto), um baralho de Tarô normalmente, é constituído por duas partes, os grandes arcanos, são 22 cartas, (aquelas da Maya) e depois pelos pequenos arcanos, que no fundo, é um vulgar baralho de cartas (das que nós usamos para jogar), mas este pode, ou não, ter mais uma carta por naipe conhecida como o Pagem…ao todo são 78 cartas...

Gosto da complexidade de algo que aparentemente é muito simples, mas não é, de todo. Não se aprende Tarô, não acredito nisso de cursos de iniciação. Tarô é muito mais que um baralho de cartas é muito mais do que saber o significado de cada uma delas. Muitos têm medo. Porquê? sei lá, nunca entendi, o porquê, mas acho que muito erradamente, pensam que tem algo ligado com bruxarias, ou então pensam que o facto de olharmos para as cartas, conseguimos ver toda uma vida. Nada disso, meus caros! Depois temos os cépticos. Os meus favoritos (tenho de admitir), aqueles que chegam, e começam logo por dizer: “Isso são tretas!”, “não acredito em nada disso”, mas são curiosos, e já diz o ditado – a curiosidade matou o gato, e “catrapum!!” , aquele ar confiante, gingão, o sorriso de orelha a orelha, tudo isso vai-se embora no momento em que eu começo a falar… e isto explica-se simplesmente, no facto de eu não fazer perguntas, as perguntas são eles que fazem, para eles e ao Tarô, eu só interpreto o que dizem as cartas, e como dizem sempre a verdade, e dão que pensar, estes cépticos, voltam sempre, mas reparem bem na argumentação: “olha, podias ler-me as cartas, não é que acredite nisso que elas dizem, mas já agora, é só para saber, e até é giro”… (Sério…”duh”!)

Enganem-se os que acreditam que o Tarô responde a todas as perguntas, e que as respostas são absolutas, não vejo assim, ele dá-nos indicações, conselhos. O futuro? Isso é uma Utopia. O que nos mostra, é o presente e o passado…agora quanto ao futuro, dá-nos uma indicação do que poderá acontecer, mas existe algo que é fundamental na nossa vida, livre arbítrio. Então, se considerarmos que tudo é uma escolha, assim, cabe-nos a nós fazermos a escolha mais acertada. Mas o que acontece, quando erramos, ou somos enganados, e nos magoamos? O tempo não volta atrás. É simples, aprendemos. E assim tomamos consciência, que estes eventos, menos bons, nos tornaram na pessoa que somos hoje, com as nossas riquezas e misérias! Somos únicos, singulares, diferentes… Eu, costumo dizer, somos iguais a nós próprios.

Os segredos do Tarô estão dispersos num conjunto vasto de símbolos, imagens, lendas, mitos, filosofias e crenças, espalhadas por todo o mundo e em diversas culturas. O tarô é um mundo, um tesouro, que resistiu à passagem dos séculos, sem perder a sua actualidade. Cada arcano (carta ou lâmina) graficamente é uma folha na qual se encontram pintados ou gravados retratos, figuras, imagens… uma característica fundamental nas cartas de Tarô, é que as cartas geralmente representam o reflexo da realidade tal como a vemos num espelho: o braço direito da figura é o nosso braço esquerdo e as descrições nesse sentido referem-se sempre à imagem retratada. As cartas são como que letras de um alfabeto oculto, sendo que os pormenores e as cores constituem "comentários" que completam o seu significado. A própria palavra, arcano tem um certo misticismo e diferentes significados dependendo das raízes culturais. Significa mistério, muitas vezes está associada a um segredo (o santo Graal, um mito) guardado numa arca (neste ponto temos lendas como a Arca da Aliança e Noé), algo que não está acessível.


Resumindo, as cartas de tarô são imagens carregadas de simbolismo, que só adquirem um significado quando interpretadas pelo pensamento do Homem e constituem um verdadeiro desafio ao Homem racional. Têm a função de sugerir em nós reflexões, e de nos ajudarem a aprofundar algumas questões que muitas vezes reprimimos. No entanto, também não devemos considerar que nos revelam verdades absolutas. As cartas por si só não têm valor. O que as anima é a inteligência, a concentração e intuição de quem as usa. Partilho aqui duas cartas:


XVII A Estrela (pertence aos grandes Arcanos):

Uma carta mágica. Tem múltiplos significados. Para mim, está intrinsecamente ligada ao destino, a algo que não conseguimos controlar, algo que tem forçosamente de acontecer, para podermos evoluirmos, mas é sempre algo de bom e para melhor que acontece na nossa vida. É a carta da esperança. A carta dos sonhos. A carta da vida no seu estado mais puro. Traz sempre uma mensagem positiva. Diz-nos que a resposta está dentro de nós, e que, tudo, o que aconteceu para trás, todas as dificuldades, serão ultrapassadas. Diz-nos, que não podemos deixar de acreditar. Ter esperança. Aconselha-nos a encontrar um ponto de equilíbrio, e uma vez encontrado este ponto, então algo acontecerá, é como se houvesse uma força que nos puxa numa determinada direcção. Algo que nos guia e protege. Estrela é uma luz que aparece na escuridão.




5 de Espadas(Pertence aos pequenos arcanos):


Espadas, é um naipe complicado, está ligado a coisas de natureza prática. Geralmente esta carta aparece quando algo na nossa vida vai de mau a pior. Pode significar, culpa, derrota, obstáculos, problema de difícil resolução, algo que nos deixa sem força e profundamente tristes. A pergunta que acompanham esta carta é: O que pode e deve ser feito para mudar a situação? A mensagem: às vezes a única forma de resolver um problema é avaliá-lo de todos os ângulos e em todos os seus aspectos. Isto pode ser feito de duas formas: sozinhos, ou com a ajuda dos outros. E como também diz a sabedoria popular, às vezes para se encontrar a resposta certa, a única forma é fazer a pergunta correcta.

Ah! Não sou Taróloga...Apenas gosto de Tarô!!