23/07/2009

Por caminhos rectos, não sei ir...



Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo... um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém

Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...

"Minha culpa" de Florbela Espanca



Por caminhos rectos, não sei ir.
Nos ínvios por que vou, não sei ficar.
Suspenso do passado e do porvir,
Venho e vou!, venho e vou!, não sei parar.


"Libelo" de José Régio



Inútil tentar mais!, que não me resta
Mais do que o vício, solitário e agudo,
De tentar por tentar, e achar em tudo
O azedo a cinza após a febre e a festa.


"Logro" de José Régio



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